sábado, 4 de outubro de 2008

Panfletar currículo é sinônimo de emprego?

Dia desses, li um artigo que me chamou a atenção, porque o autor relatava um caso atípico de procura de emprego.. Dizia ele que, cansado de “panfletar currículo” e percebendo que sempre teria de enfrentar restrição e concorrência com pessoas mais jovens, decidiu mudar a estratégia na busca de uma colocação no mercado. Uma vez descartada a hipótese de enviar currículo, ele resolveu pensar, não como um desempregado, mas sim, como consultor. Percebeu que esse processo de enviar currículo rotulava o candidato como mercadoria sem valor, e não como alguém produtivo, capaz, merecedor e experiente.
Resolveu, então, fazer uso de seu know-how na área de marketing, e assim, em primeiro lugar, passou a pesquisar na internet empresas de sua preferência ou aquelas que ofereciam produtos muito mais conhecidos por sua experiência. Selecionou 5 empresas de segmentos diferentes, nas quais gostaria de trabalhar. Em seguida, preparou seu “portfólio profissional”, que até há pouco tempo era restrito apenas á área de comunicação, utilizado por publicitários, arquitetos e fotógrafos, criadores desse meio com a finalidade de expor os melhores trabalhos aos clientes. (Atualmente, o portfólio é utilizado por profissionais de todas as áreas, principalmente pelos que se destacam por sua criatividade.)
Nesse portfólio ressaltou suas conquistas revelando visão mais ampla de seu desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional. Convém ressaltar que ao criar um portfólio, é preciso ter certeza absoluta do que se pretende alcançar (o foco) e de como torná-lo atraente ao selecionador. Daí a importância de incluir atividades pessoais e experiências significativas que tenham sido vividas durante ou após a formação escolar e acadêmica.

É comum a dificuldade para elaboração de qualquer tipo de documento que fale sobre nós, porém, é nesse momento que devemos nos remeter à reflexão e à auto-avaliação, deixando de lado traumas e seqüelas que, por ventura, tenhamos enfrentado. Nesse momento, também, é que devemos buscar força interior para iluminar nossas competências, habilidades e experiências, como se estivéssemos fazendo nosso marketing pessoal. Foi com esse desejo que nosso protagonista resolveu interromper a busca tradicional de emprego, para pesquisar mercado para cada uma das empresas selecionadas.

Por correio eletrônico, anexou seu “portfólio profissional” do qual constava uma análise incluindo novas oportunidades de negócios, e ainda as brechas que antevia em relação aos concorrentes, e também inclusive, novos produtos que poderiam ser lançados; esse trabalho deu a nítida impressão de proposta de trabalho.

A partir de então, o que aconteceu com nosso protagonista? Aconteceu que as cinco empresas contatadas responderam seu e-mail com propostas de trabalho em período que não passou de uma semana.
Desta forma, ele pôde escolher aquela que lhe fez oferta de salário mensal fixo. Ao mesmo tempo, iniciou a prestação de serviço para mais duas delas, passando a ser remunerado também por projeto implantado. Com a quarta empresa, somente mantém contato. Descartou apenas a quinta organização. Mais tarde, percebeu que a empresa que lhe ofereceu salário fixo é multinacional francesa, bastante interessada em conhecer a dinâmica de marketing de software do mercado brasileiro. Essa estratégia revela o quanto atitudes ousadas e bem pensadas podem se transformar numa grande “sacada de marketing”.

Neste mundo competitivo do mercado de trabalho, é mister que os profissionais acreditem mais em si, em seu potencial, que elevem a auto-estima e usem a criatividade como instrumento de superação das adversidades a que todos estamos sujeitos. Talvez seja a hora de mudar o modo de pensar em relação a emprego fixo. É necessário pensar em trabalho, pensar em desenvolvimento de projetos, pensar em o quê, e a quem, se podem oferecer habilidades e competências como diferencial competitivo.

O jeito é capitalizar e valorizar suas potencialidades.

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