sábado, 20 de dezembro de 2008

50 Regras de Liderança - Tom Peters


Tom Peters

1 - Líderes visionários são importantes.
Mas grandes administradores são fundamentais. A liderança tornou-se tão calma nos anos 90! Gire a manivela e produza uma visão. Administração? Isso era coisa para os fracos, os molengas e os que estão no fim da linha. Bem, visão é uma coisa muito elegante, mas a excelência mantida por uma companhia vem de um grupo de administradores capazes. Os grandes administradores são o cimento de uma organização. Eles criam e mantêm unidas as pessoas que detêm o poder nas companhias de alto desempenho. Não se deixe influenciar pelo velho mantra que diz que "os administradores são chatos e os líderes são calmos". Em vez disso, siga o Princípio de Peters: "Os líderes são calmos. Os administradores também."

2 - Sim, há épocas em que o culto da personalidade funciona !
O.k., aqui vai o caminho paradoxal e ziguezagueante da liderança em tempos aloprados. É verdade que há épocas de verdadeiro perigo corporativo em que ninguém consegue fazer o que é necessário - a não ser um líder visionário de estatura maior do que a vida. Na minha opinião, o primeiro líder de negócios que foi capaz de estabelecer um culto da personalidade mais ou menos desse teor foi Lee Iacocca. Quando ele assumiu a Chrysler, em 1978, a companhia estava no leito de morte. A Chrysler voltou-se para ele assim como um país volta-se para líderes carismáticos em tempos de guerra. Há épocas em que necessitamos de um líder que ofereça uma visão grandiosa, popular - alguém que simbolize um novo enfoque para os negócios.

3 - A liderança é confusa como o diabo.
Mantra número 1 da liderança: tudo depende. Há vários anos Victor Vroom, professor de organização e administração em Yale, desenvolveu um modelo que mais tarde foi adaptado e popularizado por Ken Blanchard. O que eles diziam: que nós temos de pensar sobre liderança situacional - a pessoa certa, o estilo certo, para a situação certa. Vi isso quando trabalhei na consultoria McKinsey. A firma descarrilara, e os sócios elegeram Alonzo McDonald como sócio-administrador. Não fizeram isso por gostar dele (ele não era da espécie dos que atraem afagos), mas sim porque era o cara certo para consertar tudo o que estava quebrado. McDonald encorajou os que tinham um desempenho fraco, apertou os sistemas de controle e colocou a empresa de volta no patamar lucrativo. Depois disso, os sócios o chutaram para a Casa Branca, onde ele se tornou diretor. Um lema: "A situação é que manda". Um líder para todas as épocas? Você está sonhando!

4 - No que se refere a talento, a liderança não é coisa de rendimento-médio.
"Não existe um eu em um time." Que bobagem! Será que alguém realmente pensa que o técnico Phil Jackson ganhou seis campeonatos com os Chicago Bulls nivelando o talento de Michael Jordan com o do resto do time? Sim, o trabalho de equipe é importante. Não - o trabalho de equipe não significa baixar o nível de alguém extremamente talentoso para o menor denominador comum. Linha final: os times espetaculares invariavelmente são constituídos por indivíduos talentosos que lutam uns contra os outros. Com o auxílio de um líder talentoso, porém, eles conseguem cultivar o ego e ganhar os campeonatos como uma equipe. Ao mesmo tempo.

5 - Líderes amam a confusão.
Um líder que mereça ser lembrado? O fabuloso professor do seu filho - aquele que vê cada uma das almas que lhe foram confiadas como peças únicas. O professor que você deve evitar custe o que custar? Aquele que faz todos os garotos ficarem sentadinhos nas carteiras, incapacitados de se expressar. Não há confusão - e nenhuma criatividade, nenhuma energia. Você quer uma liderança? Vá procurar um incrível professor e veja o jogo que ele faz com a classe.

6 - O líder raramente é - ou nunca é ? - o que apresenta o melhor desempenho.
Uma vez li que as três maiores transições psicológicas que um ser humano adulto enfrenta são o casamento, o nascimento do primeiro filho e o primeiro cargo como chefe. Em cada uma dessas situações as pessoas aprendem a viver e a ter sucesso. É por isso que não há decisão mais importante para uma companhia do que a de selecionar os seus administradores de primeiro escalão. O melhor líder de um time raramente é o melhor jogador. É apenas o que acabamos de dizer: o melhor líder. Os líderes divertem-se orquestrando o trabalho de outros - e não o executando eles próprios.

7 - Líderes entregam em domicílio.
Se você quer ser um verdadeiro líder, precisa imitar o entregador de pizzas: é melhor entregar em domicílio! Nos últimos cinco anos, as idéias e o comportamento controlado contaram. E o que conta, agora? Desempenho. Resultados.

8 - Líderes criam o seu próprio destino.
Acredite: durante os próximos cinco anos não haverá lugar para burocratas. Somente as pessoas que tomam a determinação pessoal de liderar sobreviverão - e isso é verdade para todos os níveis de todas as organizações. De uma maneira surpreendente vimos isso acontecer onde menos se esperava: entre os militares. A experiência que a Marinha ou o Exército podem passar a alguém é que os líderes são necessários em todos os níveis. É isso o que acontece também hoje nas guerras das corporações. A verdadeira batalha começa quando o computador é posto fora de combate, o capitão é morto, o tenente é gravemente ferido, o sargento hesita, e, de repente, aquele agricultor de 18 anos encontra-se no comando de um pelotão, conduzindo-o para o combate. E a vida e a morte da companhia, do time, ou do projeto dependem do equilíbrio das coisas. Isso é liderança em todos os níveis, ensinada muito melhor no trabalho, no dia-a-dia, do que numa faculdade de administração.

9 - Líderes vencem usando logística.
Visão - claro. Estratégia - sim. Mas quando você vai para a guerra deve ganhar usando logística superior. Depois que a Guerra do Golfo acabou, a mídia focalizou a estratégia que foi usada por Colin Powell e executada por Norman Schwarzkopf. Na minha opinião, o cara que ganhou a Guerra do Golfo foi Gus Pagonis, o gênio que cuidou de toda a parte logística. Não importa o quanto a sua visão e a sua estratégia sejam brilhantes se você não puder ter os soldados, as armas, os veículos, a gasolina, a comida - as botas, pelo amor de Deus! - para dar às pessoas certas, no lugar certo, na hora certa.

10 - Líderes entendem o poder supremo dos relacionamentos.
A guerra - ou seja, ter os negócios em pé de guerra - é fundamentalmente um assunto feminino! Quando tudo está preparado, o que importa são os relacionamentos que os líderes criaram com seus seguidores. O lema favorito do general americano Douglas MacArthur era: "Nunca dê uma ordem que não possa ser obedecida". As mulheres sabem disso e investem em relacionamentos - esse é um dos motivos pelos quais a primazia do talento de liderança disponível no mundo de hoje está com as mulheres!

11 - Líderes fazem tudo ao mesmo tempo.
Qual é o item mais restrito hoje, amanhã e depois de amanhã? O tempo. O futuro pertence ao líder que consegue fazer uma dúzia de coisas simultaneamente. E quem é ele? Quero dizer, ela? Quem consegue administrar mais coisas ao mesmo tempo? Quem se ocupa dos detalhes? Quem encontra novas pessoas? Quem faz mais perguntas? Quem ouve melhor? Quem encoraja a harmonia? Quem trabalha com uma lista imensa de coisas para fazer? Quem é melhor em se manter ligada nas outras pessoas? Bem, isso é uma pessoa de mil ofícios! Vamos chamar as mulheres de líderes!

12 - Líderes se comprazem com a ambigüidade.
Os próximos cinco anos serão uma viagem na montanha-russa da economia. O que significa que os líderes serão desafiados não apenas a tomar decisões baseadas em fatos. Terão também de entender o sentido dos sinais conflitantes e difíceis de detectar que chegam através do nevoeiro e do barulho. Líderes conseguem manipular quantidades imensas de ambigüidade.

13 - Líderes eletrificam o ambiente de trabalho.
Nos velhos tempos a rede dos negócios fornecia um meio operacional direto: eu sou um vice-presidente, você é um vice-presidente. Se eu quero algo seu, convido-o para um drinque e consigo o que desejo. Agora o poder está difuso, as alianças estão sempre mudando e os canais das tomadas de decisão são fluidos e indiretos. O jogo de hoje é: eletrifique o seu ambiente de trabalho. A maneira de fazer uma venda ou de influenciar uma decisão de alto impacto é construir, alimentar e mobilizar uma rede de infuenciadores-chave em cada nível da operação.

14 - A liderança é a arte do improviso.
O jogo - aliás, o livro essencial de regras - muda continuamente. A competição muda o tempo todo. Assim, os líderes precisam também mudar, continuar a reinventar a si próprios. Líderes têm de estar prontos a adaptar, mudar, esquecer, perdoar. Têm de estruturar novos papéis e novos relacionamentos para eles próprios, para sua equipe e para os sócios.

15 - Líderes confiam nos seus instintos.
"Intuição" é uma palavra que adquiriu uma conotação ruim. Intuição é a nova física. É uma maneira prática, einsteiniana, de tomar decisões difíceis. Linha final: quanto mais loucos os tempos, mais os líderes devem desenvolver sua própria intuição - e confiar nela.

16 - Líderes confiam na confiança.
Meu parceiro comercial, James Kouzes, e o seu colega Barry Posner, disseram isso no livro Credibility - How Leaders Gain it and Lose it, Why People Demand it, (Ed. Vossey Bass). Num mundo louco, nós exigimos alguém em quem possamos confiar. Como subordinado, confio em um líder que aparece, faz as coisas mais difíceis e depois volta no dia seguinte cheio de vitalidade.

17 - Líderes são monstros natos no que se refere a assumir o poder.
Há duas maneiras de lembrar o legado que Jack Welch nos deixou como líder. A primeira é que ele criou mais valor para os acionistas da GE do que qualquer outro líder dos dias modernos. Ele também criou mais líderes do que ninguém. Quando pensamos em Welch, não o associamos à palavra "visão", mas a padrões rigorosos de desempenho, conquista de poder, liderança e desenvolvimento de talento. Aliás, Welch é um grande administrador.

18 - Líderes esquecem com facilidade.
Peter Senge teve, há dez anos, uma intuição brilhante: a de que as companhias deveriam ser organizações de aprendizado. Minha campanha em 2001: as companhias devem ser organizações capazes de esquecer. A Enron, que tem sido definida como a mais inovadora das corporações norte-americanas, é o mais importante exemplo disso. Ela não está amarrada ao que fez ontem. Você tem uma idéia? Não hesite. Trabalhe nela enquanto ela é original! Não funciona? Tente outra coisa.

19 - Líderes sempre aparecem com modelos novos.
Muitos estão preocupados com a criação de organizações de alto desempenho. Mas eis o que eu digo: tempos doidos requerem organizações com altos padrões de desvio! Líderes sabem que as organizações precisam renovar as reservas de genes. É o que acontece quando os líderes esquecem as práticas antigas e abrem sua mente às novas. Isso também acontece - e de uma maneira mais eficiente - quando os líderes aparecem com novas pessoas, que tenham idéias novas. Como líder, faça com o seu pessoal o que a Cisco fez com a tecnologia: adquira uma nova linha de pensamento adquirindo uma nova linha de pensadores.

20 - Líderes cometem erros - e não esquentam a cabeça com isso.
Ninguém - repito, ninguém - faz tudo certo na primeira vez. A maioria não faz nem na segunda, nem na terceira, nem na quarta. Winston Churchill disse que "sucesso é a habilidade de ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo". Churchill fracassou de missão em missão - até que deparou com uma grande missão e salvou o mundo. À medida que os tempos ficam mais loucos, você verá um número maior de erros. Quando você comete erros, tem de reconhecê-los logo, mudar - para amanhã cometer erros mais friamente.

21 - Líderes amam trabalhar com outros líderes.
John Roth, presidente da Nortel, diz: "A nossa estratégia deve se ligar à de clientes que lideram indo para o ataque. Se nos concentrarmos nos clientes que ficam na defensiva, também nos tornaremos defensivos". AMÉM! Os líderes podem ser reconhecidos pela companhia. Se você estiver trabalhando com pessoas que são líderes, que têm clientes que também são líderes que compram de fornecedores que são líderes - então você poderá se manter na liderança durante os próximos cinco anos. Líderes trabalham com líderes. É isso aí - muito simples.

22 - Líderes têm humor. Ninguém é infalível.
Para sobreviver nestes tempos difíceis, você terá de rir de si mesmo e das situações muito mais vezes do que imagina. O humor é a melhor arma para evitar que você e sua equipe enlouqueçam.

23 - Líderes criam marcas. Você não será um líder nos próximos cinco anos se não for capaz disso.
A capacidade de criar uma marca é que vai dar o tom da cultura e estabelecer as idéias que dão corpo à empresa. Essa é a marca registrada de um líder. Se você ainda não consegue fazer isso, trate de aprender.

24 - Líderes também sabem quando devem desafiar as marcas.
Em tempos loucos, as especificações do caráter corporativo devem estar abertas a uma reavaliação constante. O que funcionou nos últimos cinco anos poderá funcionar, mas também poderá não funcionar nos próximos cinco anos.

25 - Líderes têm bom gosto.
Existe uma coisa chamada bom gosto. Talvez uma palavra melhor para isso seja "graça". Eu adoro esta citação, da designer Celeste Cooper: "A minha palavra favorita é 'graça' - seja ela graça extraordinária, graça salvadora, graça sob fogo, Grace Kelly. A maneira como vivemos contribui para a beleza - seja no modo como tratamos as outras pessoas, seja como tratamos o ambiente". Os líderes que podem mudar a nossa vida não se intimidam com palavras como graça, beleza e gosto.

26 - Líderes não criam seguidores, criam mais líderes.
Um número grande de líderes antiquados mede a sua influência pelo número de seguidores que diz ter. Mas os maiores líderes são os que não têm seguidores. É só pensar em Martin Luther King Jr. ou Nelson Mandela. Eles procuravam mais líderes, para que pudessem transmitir-lhes o poder de descobrir e criar os seus próprios destinos.

27 - Líderes gostam do arco-íris - por razões completamente pragmáticas.
Mais uma boa palavra que adquiriu um significado ruim: "diversidade". Diversidade, durante os últimos 20 anos, transformou-se na "coisa certa a fazer". Bem, quando os tempos são difíceis, a diversidade não é só uma boa coisa - ela é um item de sobrevivência. O que se tem contra a diversidade é o que se tem contra a homogeneidade: quando o mundo está passando por mudanças repentinas, imprevisíveis e assustadoras, você tem de ter uma reserva diversificada de genes. Você precisa ter múltiplos pontos de vista. Em uma época heterogênea, a homogeneidade é insatisfatória!

28 - Líderes não sucumbem ao próprio sucesso.
Um número muito grande de pessoas obteve sucesso - um sucesso realmente grande - nos últimos cinco anos. Algumas delas pensam que são responsáveis por isso. Mas, em tempos difíceis, os líderes não acreditam no que os jornais dizem sobre eles. E nunca permitem que as suas organizações se mostrem complacentes! A confiança gera um sentimento de infalibilidade. Mais uma vez: amém.

29 - Líderes nunca são apanhados lutando na guerra passada.
Esse é o velhíssimo problema dos generais recobertos de medalhas - estão sempre se preparando para lutar na última guerra. A lição, tirada da História, aplica-se ao mundo dos negócios. Em que ramo de negócio você está? A única resposta que faz sentido no mundo de hoje é: só Deus sabe! Você pertence ao time que começou a usar a Internet logo que ela apareceu? Ótimo! O único problema é que a Internet ainda está usando fraldas. Só agora os velhos gigantes estão despertando para usar o seu potencial. Qual é o seu próximo ato totalmente novo?

30 - Os líderes têm de passar sua mensagem.
Eles se preocupam em não jogar fora o bebê junto com a água do banho. Já falei que estes nossos tempos são paradoxais? Bem - são. Mas aqui está o outro lado da moeda: enquanto está combatendo a coerência, você deve agir de maneira coerente. Para ser "excelente" (gerar lucros, garantir a qualidade e satisfazer os clientes), você deve ser coerente e construir uma infra-estrutura de produção de capacidade estelar. Mas a obsessão que permite que você atinja objetivos de ganho e de qualidade é que o torna vulnerável às novas e estranhas ameaças. Imagine só: gostar da água do banho e ter de jogá-la fora.

31 - Líderes prezam os assassinos que há dentro da sua organização.
Os líderes, consciente ou inconscientemente, ultrapassam os limites da sabedoria convencional. Mas os líderes verdadeiramente grandes passam ao nível seguinte. Eles procuram na organização quem queira ultrapassar a sua própria sabedoria - e reverenciam essas pessoas. Os grandes líderes honram as pessoas que querem depô-los, os assassinos do seu meio. Repitam comigo: os verdadeiros líderes aclamam Brutus!

32 - Líderes adoram a tecnologia.
Eu quero dizer: A-D-O-R-A-M. A tecnologia é a arquiteta da mudança. Você tem de amar (não quero dizer gostar ou tolerar) tecnologia. Ela vai mudar tanto você como sua companhia. Se não amá-la, você se tornará sua vítima e não seu parceiro de mudanças. Você não precisa se transformar em técnico, mas tem de adotar a tecnologia, cuidar dela. Ela é sua amiga, sua amante, e às vezes lhe será infiel. Ela o levará por caminhos sombrios e perigosos. Não importa. Ela está remodelando o mundo. E você deve pular alegremente para dentro dela (essa é a melhor maneira de amá-la).

33 - Líderes sempre têm uma paixão escondida na manga.
Líderes sonham em technicolor, vêem o mundo com cores mais brilhantes, imagens mais definidas e de alta resolução. Em última análise, liderança é ter, criar, mostrar e difundir energia. Os líderes emocionam, irrompem, flamejam e têm um entusiasmo sem limites. E como seria possível não terem tudo isso? A lógica é: se você não amar o que está fazendo, se não estiver completamente apaixonado pelo seu projeto, pela sua equipe, pelos seus clientes e pela sua companhia, então por que diabos está fazendo tudo isso? E por que, com mil diabos, esperaria que alguém o seguisse?

34 - Líderes sabem: energia gera energia.
Cada companhia bem-sucedida, cada equipe bem-sucedida e cada projeto bem-sucedido funcionam com apenas uma coisa: energia. A tarefa do líder é transformar-se na fonte de energia que impulsiona os outros. Mas às vezes um líder não tem energia. Às vezes a situação fica preta e o resultado parece duvidoso. E eu digo: faça de conta! Nesse ponto crítico a energia torna-se essencial. Então, se você tem de fingir, finja! E assim que você dá o pontapé inicial no ciclo energético, a natureza faz o resto e a energia começa a fluir. Benjamin Zander disse isso muito bem: a função do líder é a de ser um "distribuidor de entusiasmo".

35 - Líderes organizam a comunidade.
Vamos dar três calorosos vivas a Saul Alinsky. (Nunca ouviu falar dele? Depressa! Acesse a Amazon.com e compre Rules for Radicals: a Pratical Primer for Realistic Radicals , Ed. Random House.) Leia imediatamente! Não importa se você está descobrindo novos talentos, fazendo uma venda ou estabelecendo uma parceria. Tudo o que você faz é estabelecer raízes. O cargo que ocupa pode indicar que você é um líder. Quer realizar aquela reciclagem de processo de negócios que a Internet permite? Você deve atingir um engajamento de primeira linha, chegar aos votos! Tem de levar seus clientes a votar em você, seus fornecedores e seus empregados também. Como agir para eles fazerem algo mais do que simplesmente aparecer? Você os recruta e vai ganhando o voto deles dia a dia.

36 - Líderes respeitam os outros.
Há outro livro importante que tem uma única palavra como título: Respect - An Explanation (Ed. Perseus), de Sara Lawrence-Lightfoot. A essência da sua mensagem: "Só muito mais tarde é que percebi qual era o segredo de papai. Ele conquistava o respeito respeitando os outros. Ele conversava e ouvia o garoto que engraxava sapatos da mesma maneira como ouvia e falava com um bispo ou um diretor de escola. Ele se interessava profundamente pelo que você era e pelo que tinha a dizer". Atenção. Respeito. Os líderes se importam com as suas conexões - porque elas movem montanhas.

37 - Líderes aparecem.
Vale a pena mostrar engajamento e respeito fazendo uma viagem de 6 000 milhas para realizar uma reunião de 5 minutos. Hatim Tyabkji, que era o CEO da Verifone, viajou uma vez da África do Sul ao Colorado - a caminho da Noruega - e fez uma palestra de 1 hora para apenas 30 pessoas. Por quê? Porque três meses antes dessa data ele prometera estar lá. Eu garanto que as pessoas prestaram uma atenção enorme no que ele disse.

38 - Liderança é desempenho.
De acordo com Carly Fiorina, CEO da HP: "Liderança é desempenho. Você tem de estar consciente do seu comportamento, porque todas as outras pessoas estão". Os líderes se esforçam para passar a mensagem certa na maneira como andam, falam, se vestem e se posicionam. A liderança não diz respeito somente à ação, mas também à atuação.

39 - Líderes são grandes contadores de histórias.
Um desempenho tem de ter um roteiro. A comunicação eficiente de uma história é uma chave - talvez seja a chave - da liderança. Por quê? Porque as histórias são coisas reais. Elas falam do que lembramos, da maneira como aprendemos e como visualizamos as coisas que podem se realizar. Se você quiser interessar os colegas no desempenho futuro da sua empresa, não apresente a eles somente números. Conte-lhes uma história. Números são aborrecidos. As histórias são pessoais, apaixonadas e preenchem um propósito.

40 - Líderes dão uma causa a cada pessoa.
Se você quiser que as pessoas prestem atenção - realmente muita atenção -, aliste-as numa causa que possa despertar o seu interesse. Por exemplo: tornar-se parte de uma equipe que fará história. As pessoas fazem o impossível por uma causa. Mas por um negócio elas apenas trabalham. Qual é a sua causa?

41 - Líderes concentram-se no material sutil.
Pessoas. Valores. Caráter. Engajamento. Uma causa. Tudo o que supostamente seria blablablá para o mundo dos negócios é material que merece a atenção dos líderes - sempre. É por isso que a liderança é uma arte e não uma ciência. Se a liderança fosse apenas uma questão de atingir números, seria só um problema matemático. Mas a liderança é um dos mistérios humanos. Nestes tempos, à medida que se torna mais difícil atingir os números (ou sequer entendê-los), a frustração acarreta a tentação de ser um líder do tipo "deixa que eu resolvo". Rapidamente veremos, porém, quem é que vai conservar a energia da empresa diante da adversidade e da ambigüidade. E veremos quem se confronta com a resistência passiva, com a rebelião silenciosa e com atos esporádicos de insubordinação.

42 - Líderes pensam, ou melhor, sabem que podem fazer diferença.
Chame isso de otimismo insano ou de excesso de autoconfiança. Os líderes estão convencidos de que vão fazer diferença. E isso não é ter um ego inflado, mas um saudável e inquestionável senso de adequação. Um líder assim atrai outros que partilham desse sentimento. E, partindo disso, surge uma equipe que, certamente, fará diferença! O que vem antes: senso de adequação ou habilidade de realizar? Aí está mais uma camada na alquimia da liderança.

43 - Líderes sempre acham tempo para usar o telefone.
Lendo os livros sobre liderança, vê-se que há uma forte contracorrente afirmando que os líderes são pessoas de ação! Eles são, também são grandes faladores. A liderança requer um suprimento inesgotável de energia verbal; falar ao telefone, ficar concentrado na sua mensagem, repetir o mesmo mantra até que você não possa suportar mais o som de sua própria voz - e, depois, repetir a mensagem. Quando você começar a ficar saturado dela, provavelmente ela estará começando a difundir-se na organização. Não é possível ser um líder do tipo forte e silencioso. Você tem de ser um comunicador incansável.

44 - Líderes escutam com toda a atenção.
Líderes falam. Líderes escutam. Ou seja, mais uma vez, é preciso ver o outro lado da moeda. Os líderes escutam o que o mercado está dizendo, o que o cliente está dizendo, o que a equipe está dizendo. Não, você não tem de fazer tudo o que lhe pedem. Mas, se mostrar que está realmente escutando o que lhe dizem, estará demonstrando respeito pelas pessoas. Os ouvintes atentos, sintonizados, geram simpatia, criam conexões e, em última análise, constroem coerência. Quando a situação ficar difícil, como inevitavelmente acontecerá, essas são as qualidades que sustentarão você. Ouça enquanto pode, para liderar quando for o seu dever.

45 - Líderes têm prazer em rodear-se de pessoas que são mais espertas que eles próprios.

Não se desespere, porque você não achará todas as respostas. E o que é mais importante: não se espera mais que você as tenha. Porque ninguém pode ter todas as respostas! O que esperam de você é que contrate pessoas - em todos os níveis da sua organização - que tenham as respostas. São elas que levam você a tomar as decisões certas, a lidar com um mundo confuso. São essas pessoas que, em última análise, tornarão você conhecido. Os feitos delas terão sua assinatura, serão a medida de sua competência. Se tiver confiança suficiente para contratar as pessoas que tenham mais talento do que você próprio, será conhecido como um líder audacioso. Se contratar somente pessoas que não sejam tão talentosas como você próprio, parecerá fraco e inseguro. E, em última análise, falhará. Portanto, decida. Quer ser a pessoa mais inteligente da organização? Ou quer vencer - e deixar um legado?

46 - Grandes líderes são grandes políticos.
Liderança não é coisa para gente fraca. Assumir a responsabilidade de conduzir outros à batalha - tanto na guerra como no trabalho - não é para os fracos. E não é somente uma questão de ter estômago para agüentar o número de mortos. É o mundo real da política organizacional e do que é preciso fazer para que as coisas sejam concluídas. Não estou endossando nenhum tipo de jogo sujo. Estou só dizendo que não se pode fingir que o jogo não vai ficar duro. Vai. E talvez seja possível você se manter sempre em cima do muro e assim mesmo tornar-se um líder eficiente. Ponto final.

47 - Líderes criam um sentido para as coisas.
O papel de um líder não é somente o de tomar decisões e fazer produtos ou serviços. A função de um líder é também criar significados. Por quê? Porque, em tempos como estes, as pessoas dependem dos seus líderes para absorver todo o caos, a informação e a mudança e encontrar algum padrão significativo e um propósito definido no meio de todo esse entulho.

48 - Líderes aprendem.
Adivinhe qual é a pior coisa que pode acontecer a você como líder? Exaurir o seu capital intelectual. Antes de chegar à liderança, você acumulou conhecimento indo a conferências, tomando notas, pesquisando na Internet como um doido e mantendo os olhos e os ouvidos bem abertos o tempo todo. Isso o levou para as fileiras da frente. E aí você se enrola nas políticas internas e começa a dissipar o capital intelectual que acumulou durante anos de trabalho duro. Pelo fato de estar tão ocupado em fazer coisas, você pára de aprender. Fica parecendo um disco quebrado, repetindo os paradigmas de ontem. Você ouve o círculo fechado dos seus "brilhantes" conselheiros. E começa a citar a si próprio! Para evitar esse erro, líderes devem fazer hora extra em dobro. Se você não aprender rapidamente, pode ter certeza de que vai ficar para trás.

49 - Líderes...?
Agora é com você: qual é a sua proposta para tempos tão difíceis? Qual é o lema que capta verdadeiramente a essência da liderança? O que, na sua opinião, os líderes devem fazer para ter sucesso nos próximos cinco anos?

50 - Os verdadeiros líderes sabem quando devem parar de trabalhar.
Muito trabalho deixa de ser feito por aqueles que permanecem no posto além do seu prazo de validade. Não são somente os jogadores de futebol que correm esse risco. Acontece também com os CEOs das grandes organizações. Como saber a hora de parar? Quando você sabe que uma idéia não vai funcionar antes mesmo de experimentá-la, quando vê um problema conhecido de volta ao seu dia-a-dia e quando já resolveu tantas vezes a mesma coisa que ela não apresenta mais nenhum interesse. Quando lembra que se tornou um líder por representar um desafio ao conhecimento convencional e reconhece que agora você representa o status quo. Quando você deixou de cumprir todos os outros 49 itens da lista, volte ao número 1 e recomece tudo outra vez.

AUTOR: Tom Peters

sábado, 4 de outubro de 2008

10 DICAS INFALÍVEIS...OU TALVEZ NÃO PARA TER SUCESSO


O que você deve fazer para se manter no sucesso!
Os gurus se cansam de agitar ideias, estratégias e outras pistas que têm por finalidade nos ajudar a alcançar o sucesso.

Não sou um guru (gostava de ser e ganhar o que eles ganham) mas tenho aqui umas dicas para você vencer em alguns campos. Se prepare.

1º Durma pouco! Se possível menos de 5 horas ou menos de 4 por sistema. Trabalhe até altas horas, divirta-se onde quiser, "queime" seus neurónios e deite-se já completamente arrasado. Quando forem horas de ir correndo para o seu gabinete....ou para uma reunião de negócios seu cérebro parecerá pesar uma ou duas toneladas. Não é muito confortável mas você poderá se gabar da sua capacidade de resistência!

2º Alimente-se mais! Não é o mesmo que "alimente-se melhor" mas, assim, ingerirá mais calorias, ficará mais pesado e mais volumoso. Sua imagem poderá transmitir força e poder se bem que irá perder mais tempo em médicos e em exames para avaliar seu colesterol, sua pressão arterial, sua obesidade (talvez mórbida). Não dispense os habituais almoços de negócios bastante fartos e prolongados. Mantem-se "in" no que respeita à imagem tradicional do empresário ou do administrador. Gente magra não inspira confiança. Então COMA!

3º Dedique-se ainda mais ao trabalho! Todos os gurus passam receitas de sucesso onde não falta a obrigatoriedade de TRABALHO, TRABALHO e MAIS TRABALHO! O sucesso não se alcança só com inspiração mas sobretudo com transpiração. Trabalhe, no mínimo, 10 a 12 horas por dia, salte refeições, desmarque reuniões de família, férias e outras perdas de tempo. Se tudo der certo os negócios irão de vento em popa, sua conta bancária engordará e um dia, em sua sepultura, alguém terá o bonito gesto de mandar escrever "Aqui jaz um homem de sucesso!".

4º Dê conforto ao corpo! Vida de empresário e administrador é dura. Por isso, nada melhor do que trabalhar sentado. Sedentarize-se, não perca tempo com essa treta do jogging. Muito menos não vá hipotecar seu tempo num ginásio pois não dá mesmo jeito nenhum. Viva sentado!

5º Adrenalina quanto baste! O estresse pode ser desconfortável mas não há nada melhor do que viver no fio da navalha, com seus neurónios a embriegarem-se de adrenalina pura, seu coração batendo forte sob uma pressão sanguínea elevada! Aquela dor no peito é incómoda, uma tontura ou outra aguenta-se mas o trabalho fica feito e quando chega a hora de deitar é bom ter o sentimento do dever cumprido!

6º Seus filhos podem esperar! Você casou em tempos, teve filhos, eles estão crescendo e singrando na vida. Na escola ou no trabalho eles seguem seus percursos. Não precisam que lhes dê muita atenção, basta de conversas. Que mal existe em eles já estarem a dormir quando você chaga a casa? Mais: você proporciona-lhes todas as comodidades e, por conseguinte, sua consciência está tranquila. Eles são autônomos, não precisam de conversa, se precisaram de algo eles têm o celular último modelo. Seu trabalho é que não pode esperar. Um dia terá tempo para conviver mais com eles.

7º Cursos e mais cursos! Não é verdade que temos de nos manter atualizados? Você precisa de ouvir os gurus da moda, de participar em ações formativas, seminários, workshops. Inscreva-se em tudo o que puder e lhe sugerirem. Poderá ir ouvir umas quantas banalidades mas seu dever de atualização fica satisfeito. Sua empresa gasta mais uns milhares mas você tem mais uns quantos diplomas na parede. Talvez 50% do que você frequentar não tenha mesmo nenhum interesse prático mas assim muda de ambiente e se mantem mais umas horas sentado!

8º Futuro? Qual futuro? Andam por aí uns fulanos vendendo estudos de tendências. Chamam-se de futuristas, especialistas em informar sobre os grandes movimentos que redesenharão o mundo. Parecem-lhe adivinhos mas não são. Eles dão dicas sobre o que nos espera nos próximos anos. Mas como o futuro é indeterminado e você conhece bem é o presente talvez valha mais a pena preferir sua intuição e experiência. O pior que poderá acontecer é você perder mercado e ser ultrapassado pelas empresas que souberam se antecipar à mudança. Isso se resolve com mais uns investimentos. O futuro...a Deus pertence, não é?

9º Odeie os criativos! Essa gentinha lunática que tem ideias estranhas é para ignorar. Essa coisa da criatividade e da inovação é para artistas ou então para gastar dinheiro. Seu negócio está em boa forma, suas certezas estão garantidas, o mundo não se altera da noite para o dia e, por conseguinte, continue a ignorar isso de pensamento criativo. Melhor: despeça os colaboradores criativos, eles são pagos para trabalhar e não para ter ideias.

10º Ignore a concorrência! Isso de dar atenção à concorrência é para os fracos. Seria dar-lhe importância. Sua empresa tem tudo para dar certo, seus dados financeiros asseguram vitalidade, chega de falar em concorrência! Estão lançando um produto novo, ensaindo uma nova estratégia de marketing, tentando invadir seu mercado? São uns gananciosos. Não se preocupe. Seus clientes sempre foram leais e certinhos. Não vão agora mudar e deixando se tentar pelos encantos da concorrência. Está tudo pacífico. E, se não estiver, o problema é da economia, da política e do sistema. Durma descansado....mesmo que apenas 4 ou 5 horas porque trabalho...é trabalho!

Cumpra à risca aquelas dicas se tiver interesse em algum dos seguintes cenários:

1º Perder competitividade.
2º Reduzir seus lucros.
3º Perder seus melhores colaboradores.
4º Fechar algumas atividades da empresa.
5º Ser traído pelos seus clientes.
6º Visitar mais vezes seu médico.
7º Ser ignorado pela família.
8º Ser chamado de idiota.
9º Ser fulminado por um ataque cardíaco
10º Ter uma bonita sepultura!

Por Nelson Lima
Instituto da Inteligência (Portugal)

Análise e Descrição de Cargos: Como Fazer Corretamente

Hoje, os cargos requerem maior flexibilidade e participação contínua das pessoas transformando-as em equipes multidisciplinares mutáveis com o ambiente. O cargo pode-se analisar numa maneira global onde todas as atividades são executadas por um ocupante e que se situa em uma posição no organograma organizacional.

A posição do cargo mo organograma define o nível de hierarquia do ocupante como a quem reportará e sobre quem exercerá autoridade que pode ser localizado num departamento ou divisão.

Descrição de Cargos

Descrever um cargo significa relacionar desde o que o ocupante faz até o motivo porque faz, a descrição de cargo é um retrato simplificado do conteúdo e das principais responsabilidades do cargo. O formato de uma descrição de cargo inclui o título do cargo, o sumário das atividades a serem desempenhadas e as principais responsabilidades do cargo. Relaciona de maneira breve as tarefas, deveres e as responsabilidades do cargo.

Desenho de Cargos

Envolve-se a especificação do conteúdo de cada cargo, dos métodos de trabalho e das relações com os demais cargos. O desenho de cargos constitui na maneira como cada cargo é estruturado e dimensionado, dentre disso precisa-se definir quatro condições básicas:

• Qual é o conteúdo do cargo, ou seja, o conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante desempenhará;
• Quais são os métodos e processos de trabalho, ou seja, como as tarefas deverão ser desempenhadas;
• A quem o ocupante do cargo deve prestar responsabilidade, isto é, quem é o seu superior imediato;
• Quem o ocupante do cargo deverá supervisionar ou dirigir autoridade, ou seja, quem serão os seus subordinados.

Enriquecimento de cargos

Tem como objetivo de aumentar as responsabilidades e desafios das tarefas do cargo para ajustá-los às características progressivas do ocupante.

A adequação do cargo ao ocupante melhora o relacionamento interpessoal dentro do trabalho e visam novas oportunidades de mudanças para uma melhor qualidade de vida no trabalho. O que se espera é um aumento de produtividade e redução das taxas de rotatividade e de absenteísmo do pessoal, para isso precisará introduzir uma nova estratégia que faça uma reeducação dos cargos de gerente e chefia, descentralização das pessoas dando empowerment e maiores oportunidades de participação.

Métodos de colheita de dados sobre cargos

Existem três métodos para obtenção de dados a respeito dos cargos: entrevista, questionário e observação. Na entrevista existem três tipos para tal finalidade como a entrevista individual, a entrevista em grupo e a entrevista com o supervisor tendo como objetivo buscar dados a respeito dos cargos e determinar seus deveres e responsabilidades.

No método do questionário a colheita de dados a respeito de um cargo é feita através de questionários que são distribuídos aos seus ocupantes ou ao seu supervisor. Na prática segue o mesmo roteiro da entrevista, com a diferença de que é preenchido pelo ocupante do cargo, ou pelo supervisor ou também em ambos. Tem como vantagem proporcionar um meio eficiente e rápido de coletar informação de um grande número de funcionários, tendo como custo operacional menor do que a entrevista.

No método da observação é direta daquilo que o ocupante do cargo está fazendo constitui um outro método de colher informação sobre o cargo é aplicável em cargos simples, rotineiros e repetitivos. É comum o método da observação utilizar um questionário para ser preenchido pelo observador para assegurar a cobertura de todas as informações necessárias.

Etapas do Processo de Análise de cargos

O processo de analisar cargos envolve seis etapas que considera a organização em constante e dinâmica mudança. Os cargos devem ser constantemente descritos, analisados e redefinidos para acompanhar as mudanças na organização e no seu conteúdo.

1. Os primeiros passos são examinar a estrutura da organização total e de cada cargo para definir quais as informações requeridas pela análise de cargos, depois selecionar os cargos a serem analisados e ajustar os dados necessários para análise, e por último preparar as descrições e especificações de cargos. Isso tem como função de fazer um planejamento de RH, desenhos de cargos, recrutamento e seleção, treinamento, avaliação de desempenho, remuneração e benefícios e a avaliação dos resultados.

2. Entrevista de Descrição e Análise de Cargos

Identificação
• Tempo de serviço na função:
• Tempo de serviço nesta empresa:
• Função atual:
• Função anterior:
• Data do dia:

3. Descrição Do Cargo

Descreva separadamente cada uma das suas tarefas diárias (que se repetem com freqüência):
• O que você faz?
• Como é feito? (Utiliza-se de equipamentos ou materiais)?
• Quando é feito?
• Para que é feito? (Razões para a execução dessas tarefas)

4. Descreva a ordem de importância das tarefas realizadas:

• Uma importância de qualquer tarefa é manter uma boa postura; cumprimentar os clientes de forma cordial; ter atenção para quaisquer dúvidas e cobrar os valores exatos.
• Descreva a freqüência diária, semanal e mensal das tarefas.

5. Especificações Do Cargo

• Qual o nível de instrução mínima necessária para ocupar este cargo?

• Que outros conhecimentos você considera necessário para realização deste trabalho?

• Qual tempo mínimo de experiência que alguém com nível de instrução indicado anteriormente necessita para desempenhar satisfatoriamente as tarefas do cargo? Seria necessária experiência prévia em outros cargos?

• Na sua opinião quais as tarefas mais complexas que são desempenhadas neste cargo? Por quê?

• Você é supervisionado por alguém? Como o seu superior supervisiona o seu trabalho?

• Quais as decisões que você precisa tomar no desempenho do seu cargo?

• Na sua função você tem acesso a documentos ou dados confidenciais? Quais?

• Quais os prováveis erros que podem ser cometidos na sua função? Esses erros podem ser constatados?

• Quais as máquinas ou equipamentos que você utiliza para realizar suas funções?

• Quais os fatores existentes no seu ambiente de trabalho que interferem na execução das tarefas?

• Sob quais condições você trabalha? Descreva as condições desagradáveis como ruídos, temperatura, odores, iluminação inadequada, etc.

• Qual é o maior e o menor esforço exigido no seu cargo?

• O trabalho é executado como:

• Carrega peso?

• Seu trabalho exige esforço visual?

• Seu trabalho exige esforço mental? Especifique.

• Você supervisiona diretamente o trabalho de outros funcionários? Indique o cargo e número de funcionários supervisionados.

• No seu trabalho você tem contato direto com a clientela?

• Quantas pessoas exercem o mesmo cargo que o seu na empresa?

• Na sua opinião qual a importância do trabalho que exerce?

• Você almeja mais para sua carreira profissional?

• Você acha que há possibilidades de crescimento dentro da empresa?

• O que esta empresa representa para você?

• Você tem sugestões para melhorar a qualidade de trabalho desta empresa?

Exemplo prático e simples de uma descrição de cargo

Nome da Empresa: XYZ Com e Ind. Ltda

Título do cargo: Operador de caixa

Sumário do cargo: Responsável pelas cobranças dos valores das compras. Em caso de cheques altos chamar os fiscais de caixa sem sair do caixa.

Relações: Reporta-se ao fiscal de caixa e o chefe da frente de caixa.

Supervisiona: Responsável pelo um ótimo atendimento, divulgando as promoções para os clientes.

Qualificações: Educação: Ensino médio completo

Experiência profissional: Não exige experiência, pois o treinamento é feito com os funcionários mais antigos.

Requisitos básicos: flexibilidade, agilidade, atenção e honestidade.

Iniciativa: Interesse em crescer, boa comunicação e dinâmico.

Responsabilidades:
• Prestar um ótimo atendimento ao cliente, demonstrando interesse para ajudá-lo em quaisquer dúvidas;
• Cobrar os valores expressamente corretos, sendo que em cheques altos, cartões de créditos sem assinatura solicitar a identidade e o fiscal de caixa ou chefe;
• Fechar o caixa certo, tanto na separação dos documentos de cartões para facilitar no setor financeiro.

Ambiente: Limitado, o operador de caixa tem a obrigação de ficar no caixa para trabalhar, quando não tiver cliente pode sentar na cadeira com uma postura adequável.

Com uma boa descrição de cargos o entrevistador tem ferramental para, nas entrevistas, poder checar as informações a respeito da experiência profissional, formação e certificações do currículo do pretendente à vaga.

Na administração dos colaboradores, a descrição de cargos facilita o trabalho dos líderes que passam a melhor compreensão das suas atribuições e de seus liderados. Estes por sua vez, reduzem o tempo gasto em tomadas de decisão, acelerando processos por diminuir as incertezas no que diz respeito a sua autonomia.

Sempre que nos equivocamos na seleção geramos conseqüências indesejadas, como aumento no tempo de treinamento e orientação, baixa produtividade e talvez até problemas no atendimento a clientes.

Ofereça uma causa, não apenas empregos

A escassez de líderes competentes não é privilégio apenas do mundo empresarial. È um fato em quase todos os domínios. No campo político, a grande maioria dos países ressente-se da falta de estatura e competência de seus líderes. Basta olhar ao redor em nosso continente.

Sua autoridade para liderar não será mais proveniente do cargo que você ocupa, nem do seu poder de manipular informações. Na era eletrônica, as pessoas podem saber em tempo real o que está ocorrendo, o que está sendo decidido. São transformações que alteram profundamente o exercício da liderança. Liderar quando se está de posse exclusiva de informações importantes é uma coisa. Liderar quando todos sabem de tudo ao mesmo tempo é muito mais complicado.

As pessoas tendem a se identificar cada vez menos com qualquer empresa específica. Pensam mais como profissionais independentes e sabem que podem se mover com uma velocidade proporcional ao seu talento - quando não se sentem felizes onde estão. A lealdade será cada vez mais à própria carreira. E às causas nas quais acredita. Não mais ao chefe nem à empresa como no passado.

Você, para ser um líder eficaz, precisará oferecer causas, em vez de empregos. Precisará criar um ambiente de motivação profunda ao deixar claro o significado que transcende a tarefa, o trabalho, o job description das pessoas que o cercam. Trata-se de ir muito além de metas e objetivos para serem atingidos no ano em curso.

Precisará indicar o “porto de chegada” e as escalas intermediárias na “viagem” da sua equipe, família, grupo comunitário. Ajudar os que cercam a entender melhor os momentos que atravessam.

O papel do líder eficaz será o de estimular as pessoas a sentirem que fazem parte de algo nobre, muito além da simples troca do trabalho por remuneração.

O líder eficaz oferece às pessoas aquilo que mais desejam: uma bandeira, uma razão para suas vidas. Esclarece como objetivos e metas de curto prazo são fundamentais para a causa comum. Parte do princípio de que as pessoas comprometem-se emocionalmente com
objetivos e metas quando entendem o porquê das ações. Acredita que as pessoas estão dispostas a oferecer o melhor de si e até mesmo a fazer sacrifícios, desde que conheçam a Causa, o Porquê, o Rumo, a Razão de Ser do seu cotidiano.

Oferecer uma causa, uma bandeira, em vez de empregos é uma das marcas registradas dos líderes vencedores. Você tem de evitar de atuar no novo jogo da liderança usando as velhas regras da era do comando. Isso está ficando tão fora de moda quanto o cartão de ponto, que foi útil nos tempos da economia industrial, quando a presença física era a forma de medir a produtividade das pessoas.

Panfletar currículo é sinônimo de emprego?

Dia desses, li um artigo que me chamou a atenção, porque o autor relatava um caso atípico de procura de emprego.. Dizia ele que, cansado de “panfletar currículo” e percebendo que sempre teria de enfrentar restrição e concorrência com pessoas mais jovens, decidiu mudar a estratégia na busca de uma colocação no mercado. Uma vez descartada a hipótese de enviar currículo, ele resolveu pensar, não como um desempregado, mas sim, como consultor. Percebeu que esse processo de enviar currículo rotulava o candidato como mercadoria sem valor, e não como alguém produtivo, capaz, merecedor e experiente.
Resolveu, então, fazer uso de seu know-how na área de marketing, e assim, em primeiro lugar, passou a pesquisar na internet empresas de sua preferência ou aquelas que ofereciam produtos muito mais conhecidos por sua experiência. Selecionou 5 empresas de segmentos diferentes, nas quais gostaria de trabalhar. Em seguida, preparou seu “portfólio profissional”, que até há pouco tempo era restrito apenas á área de comunicação, utilizado por publicitários, arquitetos e fotógrafos, criadores desse meio com a finalidade de expor os melhores trabalhos aos clientes. (Atualmente, o portfólio é utilizado por profissionais de todas as áreas, principalmente pelos que se destacam por sua criatividade.)
Nesse portfólio ressaltou suas conquistas revelando visão mais ampla de seu desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional. Convém ressaltar que ao criar um portfólio, é preciso ter certeza absoluta do que se pretende alcançar (o foco) e de como torná-lo atraente ao selecionador. Daí a importância de incluir atividades pessoais e experiências significativas que tenham sido vividas durante ou após a formação escolar e acadêmica.

É comum a dificuldade para elaboração de qualquer tipo de documento que fale sobre nós, porém, é nesse momento que devemos nos remeter à reflexão e à auto-avaliação, deixando de lado traumas e seqüelas que, por ventura, tenhamos enfrentado. Nesse momento, também, é que devemos buscar força interior para iluminar nossas competências, habilidades e experiências, como se estivéssemos fazendo nosso marketing pessoal. Foi com esse desejo que nosso protagonista resolveu interromper a busca tradicional de emprego, para pesquisar mercado para cada uma das empresas selecionadas.

Por correio eletrônico, anexou seu “portfólio profissional” do qual constava uma análise incluindo novas oportunidades de negócios, e ainda as brechas que antevia em relação aos concorrentes, e também inclusive, novos produtos que poderiam ser lançados; esse trabalho deu a nítida impressão de proposta de trabalho.

A partir de então, o que aconteceu com nosso protagonista? Aconteceu que as cinco empresas contatadas responderam seu e-mail com propostas de trabalho em período que não passou de uma semana.
Desta forma, ele pôde escolher aquela que lhe fez oferta de salário mensal fixo. Ao mesmo tempo, iniciou a prestação de serviço para mais duas delas, passando a ser remunerado também por projeto implantado. Com a quarta empresa, somente mantém contato. Descartou apenas a quinta organização. Mais tarde, percebeu que a empresa que lhe ofereceu salário fixo é multinacional francesa, bastante interessada em conhecer a dinâmica de marketing de software do mercado brasileiro. Essa estratégia revela o quanto atitudes ousadas e bem pensadas podem se transformar numa grande “sacada de marketing”.

Neste mundo competitivo do mercado de trabalho, é mister que os profissionais acreditem mais em si, em seu potencial, que elevem a auto-estima e usem a criatividade como instrumento de superação das adversidades a que todos estamos sujeitos. Talvez seja a hora de mudar o modo de pensar em relação a emprego fixo. É necessário pensar em trabalho, pensar em desenvolvimento de projetos, pensar em o quê, e a quem, se podem oferecer habilidades e competências como diferencial competitivo.

O jeito é capitalizar e valorizar suas potencialidades.

Quando o Líder Mistura as Coisas

É comum vermos empresas sem critérios e mecanismos de preparação de seus profissionais para promoção ou mesmo para assumir projetos e novos desafios dentro da própria corporação. Isso acontece por vários motivos, dentre eles a falta de planejamento, encarar como custo e não investimento e outros acham que é fácil e justamente por ‘parecer’ as coisas não funcionam. Conversando com um cliente do varejo notei sua apreensão quando o assunto é nomeação de líderes, enfatizando que toda a vez que nomeava um novo gerente ficava com o coração na mão, pois tinha a nítida impressão que perdia um bom vendedor e não ganhava um gerente.

Hoje quero alertar sobre um assunto delicado e que requer acompanhamento e orientação para não perdermos o profissional, ou seja, quando os novos líderes misturam PODER e RESPONSABILIADE. Na delegação (nomeação) passamos ao delegado as duas coisas, no entanto, a primeira é mais facilmente percebida e assumida pelo novo líder ficando a segunda – responsabilidade – em segundo plano. Repito, não é tão fácil como parece. Observe quantos gerentes novos têm equilíbrio emocional suficiente para lidar com o poder? Quantos mantêm a postura, entende que ganhou responsabilidades e que o poder dependerá dos resultados obtidos através de suas ações? Presenciei casos em que o recém nomeado, para ganhar força junto ao grupo, usava de terrorismo ‘quem manda agora sou eu’ e humilhava seus liderados, parceiros e até clientes. Isso demonstra que nem sempre as pessoas estão preparadas para o PODER, muito menos para novas responsabilidades e que existem várias falhas no processo precisando ser revisto. Poder se conquista com exemplos assim como responsabilidade também se mostra pela atitude. As duas devem andar em harmonia para se obter bons resultados. O poder pode ser dado a alguém, mas a responsabilidade é pessoal e intransferível. Poder qualquer chefe tem; responsabilidade somente os líderes a apresentam com naturalidade e eficiência. No livro o Monge e o Executivo tem uma passagem que diz: “Se você tiver de dizer que é um líder com certeza não é”.

Faça uma experiência: trace alguns desafios para seus gerentes e diga-lhes que o que está em jogo é o cargo deles caso não conquistem resultados satisfatórios e perceba as atitudes. Normalmente para o líder PODER haverá sempre uma forma de justificar o fracasso e transferir responsabilidades ao seu grupo; já o líder RESPONSÁVEL irá delegar tarefas, assumir os riscos, não aceitará o fracasso, mas assumirá caso ocorra. Outro dia uma gerente de uma rede de lojas do sul do estado de SC, resolveu mostrar quem mandava na sua loja usando do poder e foi um desastre! Perdeu a equipe, perdeu a cumplicidade dos fornecedores e perdeu clientes, conseqüentemente perdeu o emprego. Mostrar que manda e que tem poder desta forma é mostrar-se totalmente vulnerável e irresponsável.

Qual o nível de responsabilidades dos seus líderes? Quantos simplesmente querem o poder?

Comprometimento; eis a questão.

Pesquisa de clima organizacional vem se tornando uma tendência mundial no mercado

Uma pesquisa realizada pela Watson Wyatt concluiu que a realização de pesquisas de clima organizacional no Brasil não só é uma prática bastante difundida entre as empresas, como já está atingindo sua maturidade e, cada vez mais, vem se tornando uma tendência mundial no mercado.

A Pesquisa sobre Gestão de Clima Organizacional — Engajamento e uma nova fronteira: A efetividade do colaborador contatou que 67% das companhias realizam esse tipo de pesquisa. Dentre as que não executam, 26% pretendem implantar a medida. De modo geral, essa prática vem sendo desenvolvida, em média, há seis anos, com uma adesão significante dos colaboradores. Dividindo por área de atuação, a prática está mais presente em empresas de telecomunicações, serviços públicos, energia e água (100%), seguidos por automotivo e autopeças (87%) e por alimentos, agricultura, bebidas e fumo (78%).

O trabalho envolveu 194 empresas nacionais, com receita média de R$ 1 bilhão e número de aproximadamente 2.300 funcionários, atuantes em diferentes segmentos, como serviços diversos; alimentos, agricultura, bebidas e fumo; química e petroquímica; automotivo e autopeças; farma, higiene e cosméticos.

Outro dado interessante levantado pelo estudo é que a decisão sobre a realização da pesquisa vem subindo na agenda dos executivos, mas seus principais deliberadores continuam sendo os presidentes, CEO e comitê executivo, em 46,6% dos casos. Quanto às razões para se implantar a Gestão de Clima Organizacional, destacam-se: identificar/mensurar os pontos fortes e de melhorias (89,6%); melhorar o ambiente de trabalho (74,1%); e por ser uma ferramenta de desenvolvimento para o RH (71,9%).

Apesar de atualmente o questionário aparecer como o procedimento mais utilizado para a realização da pesquisa, aposta-se na diversificação das metodologias (focus groups, reuniões/entrevistas e análise documental, entre outros), com aprofundamento das análises e uso de TI. Verificou-se também a redução no ciclo de sua aplicação, com mais organizações (46%) efetuando o trabalho anualmente e menos (38%) o fazendo bienalmente.

A utilização dos resultados na avaliação do desempenho é realidade em 32% das empresas, sendo que outras 42% pretendem implantar a medida. Outra prática polêmica é relacionar os resultados de Clima Organizacional como índice para a remuneração variável, presente hoje em apenas 15% das companhias, mas com perspectivas de introdução em mais 28% das entrevistadas.

O grande desafio encontrado hoje na Gestão de Clima Organizacional é a efetividade de implementação dos seus programas. Embora a maioria das empresas reconheça a importância do trabalho, considerando-o crítico e estratégico para o desempenho financeiro frente à concorrência, apenas 22% conseguem realizar mais de 75% dos seus planos de ação. Vale lembrar que essa efetividade de execução independe do tempo que a prática de clima tem na organização.

Ou ele ou eu! O que fazer quando a relação de trabalho fica insustentável?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Seus slides comunicam ou atrapalham?

29 de setembro de 2008 às 00:07

Fazer (ou mandar fazer) apresentações usando slides eletrônicos é uma realidade no dia-a-dia de diretores e executivos. Alguma vez você já terminou uma apresentação com a sensação de que:
• as pessoas nada entenderam?
• as pessoas dormiram?
• as pessoas não conseguiam acompanhar sua mensagem pela rapidez na apresentação dos slides?
• os slides não refletiam o que você estava querendo comunicar?
Você tem idéia de quantos slides deveria mostrar em uma apresentação de 30 minutos? Normalmente slides em apresentações empresariais representam um grande desperdício:
• Desperdício de tempo porque as apresentações são muito longas e as pessoas prefeririam estar trabalhando. Ou estar em qualquer outro lugar, menos ali na frente daquele telão.
• Desperdício de oportunidades porque um slide bem feito deveria ser uma ótima ferramenta de argumentação e exposição de idéias, mas poucos aproveitam a chance.
• E desperdício de motivação, já que uma boa apresentação, uma apresentação de fato eficaz, deveria fazer as pessoas agirem! E o máximo de reação normalmente é uma consulta ao relógio. Uma não, várias!
Então, o que é uma boa apresentação? Ao criar slides eletrônicos é preciso levar em conta três pontos igualmente importantes: conteúdo, layout e apresentação.
1) O conteúdo
Menos é mais! Quando for produzir um slide, considere:
• Uma boa apresentação deve ter pouquíssimos slides. Quanto menos, melhor! 10 slides é um bom número, qualquer que seja a duração da apresentação! Ninguém agüenta ficar olhando muito tempo para um telão. Se sua reunião/aula/debate durar muito tempo, digamos 4 ou 8 horas, poupe os olhos da platéia. Crie dinâmicas, converse, debata, mas tire a imagem da tela!
• O primeiro slide deve ser impactante. O último, inesquecível.
• Você quer estruturar bem sua apresentação? Não comece pelos slides, rascunhe em papel ou digite no Word os tópicos principais que você precisa abordar. E também os objetivos que você precisa atingir. Só aí pense em criar seu primeiro slide. Ah, se você usar o Word para estruturar sua apresentação, ele próprio pode depois criar – sozinho – seus slides PowerPoint. Mas este é assunto para outro artigo.
• Um bom slide deve exibir no máximo 6 informações. Um bom slide deve ser lido em até 9 segundos. É como se fosse um outdoor, você precisa ler tudo rapidamente enquanto passa de carro por ele.
• Em vez de frases, use palavras-chave. Elas auxiliam o apresentador a se lembrar do que falar e – mais importante – facilitam a memorização, pela platéia, dos conceitos mais importantes.
• Não corra o risco de ser insistente e chato: para que ficar repetindo o título da apresentação em todos os slides? Ora, se ali pelo terceiro ou quarto slide ninguém souber o assunto de sua apresentação, tem algo errado, concorda? Título deve aparecer só no primeiro slide, o de abertura. E talvez no último! Além do mais, sem o título, seu slide fica mais perto do limite recomendado de seis informações por slide.
2) O layout
Slide não foi feito para ser lido, slide foi feito para ser visto:
• Prefira figuras ou gráficos, evite tabelas ou planilhas! Ninguém consegue ler aqueles números minúsculos que muitos insistem em exibir!
• Não use marcadores (bullets), experimente colocar as informações em AutoFormas.
• Não use letras maiúsculas. Nem em títulos! A não ser quando você quer mesmo chamar a atenção sobre um assunto muito importante.
• Prefira fontes redondas, como Verdana, Arial ou Tahoma. Esqueça o Times New Roman, que dificulta a leitura em telão. Você sabia que o Verdana foi criado especialmente para telas e telões?
• Letras pequenas? Jamais! A fonte em um slide deve ter no mínimo 18pt. Mas este é um tamanho que você deveria usar uma única vez por ano. ano bissexto! Que tal usar fonte 30 ou 40? Muito grande? Na verdade não, experimente! Até porque seus slides daqui para frente terão pouco texto, não é mesmo?
• Use e abuse de espaços em branco. Slides limpos proporcionam excelentes resultados.
• Deixe o layout falar. Em vez de tradicionais “:”, experimente negritos e tamanhos diferentes de palavras para separar título e detalhes, por exemplo.
• A TV tem horário nobre? O slide também tem! Não horário propriamente dito, claro, mas o local que todos enxergam primeiro: O canto superior esquerdo. É lá que devem ficar as informações mais importantes!
3) A apresentação
Anime a platéia, anime os slides! Mas, cuidado, ninguém agüenta mais aquelas animações primárias do tipo título que entra correndo ao som de um carro freando. Ou uma palavra entrando com piruetas no slide. Em vez disso, use animações de contexto, que ajudam na exposição de idéias:
• Exiba os elementos do slide por partes.
• Considere ocultar, e não esmaecer, os elementos já abordados, assim a platéia fica focada só naquilo que você está falando no momento.
• Estimule a participação das pessoas. Prepare slides que criem oportunidades de interação.
• Nunca, jamais, leia o que está escrito no slide. A platéia sabe ler! Dê um tempo para que ela leia tudo antes e só depois converse sobre o que foi lido. Apresentadores que insistem em ler slides estão sublinarmente dizendo que a platéia não sabe ler. E você não vai querer passar esta mensagem, vai?
• Fique sempre atento ao tempo da apresentação: nem mais nem menos do que o planejado. Nada mais ineficaz do que correr no final só para exibir os slides restantes. Ou acabarem os slides e você ficar sem assunto...Fazer apresentações é um desafio! E muito estimulante! Experimente colocar em prática estas sugestões. Você certamente colherá excelentes resultados!
Lembre-se de que tudo o que foi dito vale para quem vai fazer o slide, bem como para quem vai mandar fazer um slide.


Fernando Andrade - Consultor Sênior do Instituto MVC ( www.institutomvc.com.br), Autor de 11 livros, entre eles “PowerPoint para quem conhece PowerPoint”.